quinta-feira, 30 de setembro de 2010

hum, dois

hum

há pouco tive uma epifania. é o seguinte: desde os tempos da escola, a sintaxe atazana minha mente. sempre tive um bloqueio com o que diz respeito a período composto, seja ele por coordenação ou por subordinação. aliás sempre dizia que nada de útil tinha toda essa classificação esdrúxula. e não é que, ao ler, na gramática de Cunha e Cintra, que uma oração predicativa pode assumir o lugar de um predicativo, tudo ficou claro subitamente? o mais engraçado é que, por muitos anos, eu quis entender isso e não consegui (querer não é poder) e agora, já conformado com o fato de que eu nunca entenderia, a luz se fez, fiat lux!

pois bem: se não encontraste a luz ainda, não desanimes! ou desanima... quem sabe não a encontras sem querer escondida num beco que pensavas ser sombrio.

p.s.: continuo sem achar utilidade para tais classificações.

dois

descobri um negócio deveras interessante: existe uma música chamada gurizada medonha. há alguns dias a expressão me veio à cabeça e, não sei por que razão, nela se instalou. hoje resolvi colocar no google, como fiz com abobado(a) da enchente, para ver o que descobriria de interessante. pesquisar abobado da enchente já foi enriquecedor (!), mas saber que existe um rock no mundo chamado gurizada medonha me rendeu algumas boas gargalhadas.

expressões gauchescas: as mais afudê. (não se usa gurizada medonha no resto do país, não é?)

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

tempo, modo e aspecto

três coisas que não necessariamente verbais


aspecto


"não necessariamente" não necessariamente significa não, ou seja, não preciso me abster de falar de verbos. não que tenha muita coisa pra falar. na verdade é bem pouco: fiquei surpreso com o fato de que no verbete de "aspecto" no dicionário priberam não tem nada a respeito de aspecto verbal. nada de mais, afinal é só um dicionário dentre milhares, sendo que nenhum é perfeito. pronto. só isso.


de algumas das aulas que tive na oficina de teoria e percepção musical: o modo grego jônio deu origem ao modo maior atual e o modo grego eólio deu origem ao modo menor atual. (wtf?) até aí eu entendo. mas quem vai me explicar, agora, o porquê de canções cujo modo é o menor parecerem tão mais bonitas ao meu ouvido?

tempo

sim, o tempo é relativo. ontem mesmo eu estava no dia quatorze, quarta-feira, ansioso com a proximidade da estréia da peça ( vide. ) hoje já é dia 27 e a temporada chegou ao fim. sinto como se as duas últimas semanas tenham sido um período suspenso na minha vida, deslocado dos períodos comuns. um período que, enquanto durou, fez com que eu me sentisse diferente de mim mesmo, uma outra pessoa. não estou querendo dizer que senti como se fosse meu personagem: não é isso. eu era eu, mas um outro eu que não eu mesmo. como explicar se nem eu consigo entender? o que sei é que o tempo passou tão rapidamente que passou e eu nem vi passar. eu estava suspenso. agora sinto como se tivesse sido atirado novamente ao chão.

domingo, 19 de setembro de 2010

apenas uma atualização

Hoje concluímos a primeira semana da temporada d'Os Fuzis. E concluímos de casa cheia. Ver a platéia lotada e, além disso, ver que as pessoas estão gostando gera uma satisfação imensa. Saber que semana que vem já é a última já deixa uma sensaçãozinha de saudade... Enfim, toquemos pra frente!

sábado, 18 de setembro de 2010

xô égua

Depois de todo aquele vinho durante a peça, ontem, e depois da cerveja pós-peça, eu estava super bem. Dormi como um anjo. Uma pena que acordei.

O dia esteve ótimo hoje e não saí de casa, passei o dia inteiro de molho. Quando acordei, estava com uma dor abdominal tensa. Depois ainda fiquei com pressão baixa, uma lindeza. Nem almoçar direito consegui.

Bem, a dor ainda existe, mas já está passando. Há pouco consegui comer um pão com pão. Já é um progresso. Agora ainda tenho uma hora para estar cem por cento antes de ir para o ensaio.

xô dor. xô égua

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

foi.

Quando decidi escrever algo sobre a estréia, comecei a pensar e percebi que é como se eu estivesse tentando explicar o inexplicável, descrever o indescritível. Cada apresentação, para mim, é como se eu estivesse pisando no palco pela primeira vez. Senti aquele nervosismo de sempre, aquela sensação de quando o carro da montanha russa está subindo, prestes a despencar, o medo por ter certeza de que ele despencará inevitavelmente.


E despencou. E despencou em alta velocidade. O carro pareceu andar tão rapidamente que a adrenalina foi muito intensa. Com descidas, subidas e loops, a estréia foi emocionante. E o melhor de tudo é que a emoção foi transmitida para o público. E disso me alegro muito: ser um dos responsáveis pela transmissão da força e da emoção de um texto como o d'Os Fuzis é algo sem palavras.

Agora é tocar pra frente, com bastante energia, que ainda temos uma temporada inteira pela frente.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Agora em temporada


Pois: hoje, às 21h na sala 504 da usina do gasômetro estréia Os Fuzis da Senhora Carrar.

http://fuzisdacarrar.blogspot.com/

Depois de vários tropeços, estou concluindo o nível intermediário da escola de teatro do neelic. Sei que sou suspeito, mas não consigo evitar dizer que a peça está linda e que todos devem assistir.

Aí vai uma foto de que gostei bastante. Nela estão Pedro Jáqueras e Carmen Carrar.


Como diria P. Jáqueras, personagem da peça: Hoje é que tudo se decide, agora preciso ir.

A peça fica em cartaz de 15 a 26 de setembro, às 21h em quartas, quintas e sextas, e às 20h em sábados e domingos.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Goran, Beckett, Brecht

No ano passado o poa em cena me proporcionou vários bons espetáculos por dez reais. Voca People, Luisa se estrella contra su casa, Quartett, Antes do Café são alguns deles. Dia 8 foi a "estréia" do em cena 2010. Goran Bregovic e a Weddings and Funerals Orchestra foi, penso, o ponto alto da semana que passou.

Dentre as inúmeras qualidades da trupe, muitas das quais podem ser conferidas no youtube ou mesmo no site oficial do G. Bregovic, destaco a que mais me deixou fascinado fora o talento de todos, qual seja a descontração dos integrantes. Sem que seu trabalho fosse prejudicado, todos os músicos estavam à vontade, conversando entre si, rindo, comunicando-se com a platéia. Não posso deixar de mencionar também que duas horas e meia de show sem cansar o público não é pra qualquer um. Eu, que facilmente me canso - como já comentei no post sobre O Sobrado -, estive disposto o tempo inteiro.

Ontem vi Happy Days. Foi uma experiência interessante, mas muito tediosa. Adriana Asti é incrível; os textos do Beckett, absurdos. Enfim, as imagens eram muito ricas, mas a falta de ação é de deixar qualquer um com tédio.

Quarta-feira, então, eu e meus colegas do neelic estrearemos com Os Fuzis da Senhora Carrar (Bertolt Brecht). Acho que já comentei algo a respeito da peça aqui no blog, mas enfim, é uma peça muito bonita. Hoje fizemos as fotos, acho que ficaram ótimas, espero recebê-las o quanto antes. Também não vejo a hora de chegar o dia da estréia.

Obs.: O blog d'Os Fuzis foi atualizado hoje mesmo. O link está ali nos relacionados. Vale a pena dar uma olhada.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

twitter. mais uma vez.

  1. Prova de visão crítica: fui tão bem quanto eu esperava.
  2. Prova de visão crítica: três horas e meia de pura felicidade.
  3. "Quem sabe a gente devia anular a disciplina?" Que vontade de dizer "ótima idéia, professor!"
Saudosismo: aulas de visão crítica. Reclamei, reclamei e acabei tirando 7 na prova (detalhe: estava esperando um 4). Isso sem falar que na prova final fiquei com dez, alegria demais.

Uma das utilidades do twitter: relembrar bons momentos.

Ainda assim: um dia eu deleto.

Inveja do passado?

De súbito me deu vontade de ver qual foi meu primeiro post no twitter, ou melhor dizendo, minha primeira twittada. Nada de muito interessante, mas a terceira twittada da minha vida me deixou com inveja do meu eu passado. Ecco:

@andradep
LACTA DARK & SOFT 50% cacau alguém com inveja?
12:22 PM Jun 8th, 2009 via web

Ainda excluo essa coisa inútil que é a minha conta no twitter.

Ok, admito que tem algumas utilidades.

Mas ainda assim: qualquer dia desses eu excluo.

Enuveado

Assisti domingo a O Capote, do neelic. A montagem me deu vontade de reler a novela de Gógol que deu origem à peça, mas como não a tenho, apelei para uma outra novela, cuja protagonista me lembra muito o Akaki. Reli, hoje, Bartleby, o escrivão, de Melville e tive uma experiência tão melancólica quanto a da primeira leitura, senão mais.

E se eu achasse melhor não fazer nada além de encarar uma parede vazia pelo resto da vida? Alguém tem o direito de deliberar em meu lugar? O mundo tem o direito de dizer o que devo e o que não devo fazer para ser feliz? O mundo tem o direito de dizer que devo ser feliz? E se eu achasse melhor não ser feliz? Haveria algo de errado em mim ou haveria algo de errado em todos os que pensam que há algo de errado em mim? Se alguém não vê o mundo da forma como nós o vemos, temos nós o direito de chamar esse alguém de louco e enclausurá-lo para o resto da vida?

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Cousas

Passei um tempo sem atualizar o blog e quando venho postar algo é só pra dizer que postei. Bem, ele não foi criado para ficar desatualizado, portanto vou tentar postar com mais freqüência. O problema é que coisas acontecem.

1. Quatro ensaios me separam da estréia d'Os Fuzis, o que significa que a coisa está tensa. Quando for oportuno, posto mais informações relacionadas, mas por enquanto fica o link para o blog da peça, que, a partir de agora, também está nos relacionados ali à direita e cujo texto inaugural é meu.
http://fuzisdacarrar.blogspot.com/

2. A disciplina de Lógica do curso de filosofia tem me dado bons momentos. Há um tempinho eu não exercitava minhas capacidades mais objetivas. O bom da lógica é que ela é uma coisa que está intimamente relacionada com a matemática, mas também faz interface com a semântica. Além do mais, desenvolve o raciocínio que é uma beleza.

3. As disciplinas da Letras têm sido satisfatórias: Fonologia, Semântica, Crítica Literária, Italiano IV, Literatura Portuguesa me fazem ter vontade de ir pra aula. O curso de teoria literária aplicada a textos em ingles do PAG (Programa de Auxílio à Graduação) é também motivador. Até a faced (alguém me lembra de escrever alguma coisa sobre a faced um dia; o assunto dá pano pra manga) está interessante. A única exceção é Sintaxe: as aulas são paradas e o normativismo rola solto... teoria gerativa pra quê, não é mesmo? Estou pensando seriamente em largar e pegar professor diferente no ano que vem. Vale a pena? Provavelmente não. Só sei que a situação é triste.

4. Já estou tocando Trovador ao Luar decentemente no piano, mas ainda sou uma tartaruga para ler partituras. As aulas de Teoria e Percepção Musical no IA (Instituto de Artes da ufrgs) têm sido melhores. À exceção da parte relativa a compassos, a professora explica bem as coisas.

5. A professora de francês anda me castigando muito por não fazer o dever de casa. Eu só acho que a minha rotina é algo particular, ela não tem nada que ficar pedindo pra eu contar como são meus dias. É ou não é? (he)

Poderia escrever mais algumas besteiras e não besteiras, mas o mais sensato no momento é correr pra cama que amanhã tem ensaio.