domingo, 6 de fevereiro de 2011

a rose for emily


Ovindo A Rose for Emily (Zombies), decidi jogar no google pra ouvir acompanhando com a letra. Até aí nada de mais, cena corriqueira no meu dia-a-dia. O que tem de mais vem agora: descobri que a música foi inspirada em um conto de mesmo nome do William Faulkner.

Um belo par: bela canção, belo conto. No centro de tudo, a pobre Emily. A música mostra a personagem destinada a estar só, not a rose for Emily... No conto se conhece a tragédia da última Grierson, a partir do ponto de vista dos vizinhos conservadores do século XIX/início do XX: isolada, solitária, alienada, louca. Quem entenderia Emily? Se Emily não paga impostos é por que o xerife Sartoris a isentou. Não importa se o xerife Sartoris já morreu há mais de dez anos. Emily não paga impostos em sua cidade.

Não é preciso, obviamente, ler o conto para dizer que se pode ter um completo entendimento da música, afinal esta foi apenas inspirada naquele; podem tratar da mesma personagem, mas o fazem de forma diferente. De qualquer forma, são dois pedacinhos de arte que devem ser conhecidos. Não necessariamente juntos, mas se possível, que assim o seja. A intertextualidade enriquece o valor das obras. Enriquece ambas as partes, não apenas o "inspirado" mas também o "inspirador". Meu entendimento de Bola de Sebo (Maupassant) foi acrescido de significados com Geni e o Zepelim (Chico), tenho certeza disso e por aí vai. É por isso que gosto de intertextos: criam possibilidades.

intertextualidade rules!

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